DICAS DE FILMES

Olá, Amigos,
Esse final de semana assisti a dois filmes:Os Descendentes e Precisamos Falar Sobre Kevin.
Ambos me levaram a muitas reflexões acerca da nossa responsabilidade na formação do
caráter dos nossos filhos. Os Descendentes é um drama familiar, onde um pai distante, após o
acidente de sua esposa, precisa lidar com a descoberta que faz a seu respeito (da esposa), com
as suas duas filhas e com a decisão acerca da venda das terras que o deixará bilionário. Em
verdade, ele é um homem rico, mas que tem uma relação - a meu ver - muito apropriada e
equilibrada com o dinheiro. Gostei especialmente de uma passagem, onde ao refletir sobre essa
questão ele diz a seguinte frase: “Dê a seus filhos dinheiro para fazerem algo, mas não o
bastante para não fazerem nada" (Relevem se a frase não for exatamente essa, esse é o seu
sentido).
O segundo filme, é instigante e perturbador. É a estória (embora tenha muita semelhança com
o caso daquele americano que atirou em diversos colegas o filme é ficção) de um garoto que
cometeu assassinato em massa na sua escola. Há muita tensão.
Meu marido não gostou de ter assistido, achou o filme mórbido. Eu gostei de ser "forçada" a
pensar sobre algumas questões que normalmente evitamos. O filme definitivamente não é para
relaxar.
Somos responsáveis pela má índole de nossos filhos? Creio que não, pois cada espírito traz
consigo a sua própria história, as suas tendências (boas e más), mas até que ponto podemos
interferir nas más tendências dos nossos rebentos? Esse é o dilema que a protagonista
enfrenta; pois ela , desde o princípio, identificou o caráter perverso do seu filho, mas ele era
um manipulador, e a mãe não sabendo como agir, também não encontrou o apoio do pai, ao
contrário, muitas vezes ele achou que ela deveria se tratar por implicar tanto com o filho.
Eu recomendo os dois filmes, embora ambos não sejam perfeitos (ao menos para mim). O
primeiro, porque é um pouco lento, e o segundo, porque optaram por um tipo de narrativa
onde a estória é contada através das lembranças da mãe, o que retira a linearidade que eu
tanto prezo, além de abusarem da cor vermelha, que apesar de ser a minha cor favorita, pesa
sobremodo quando é utilizada com tanta constância em um drama desse tipo.
Entendo que o recurso foi utilizado para mostrar a "limpeza" que ela vai fazendo em si própria,
ao longo do filme, ao tentar emergir do mar de sangue em que se encontra.
Para mim, valeu a pena assistir aos dois, por isso passo a dica.
DICAS DE FILMES POR: KÁTIA PITHON.