Cidade - Praias do Rio Vermelho estão sem salva-vidas

27/02/2012 11:23

Se no trecho entre o Jardim de Alah e a praia de Aleluia, os 40 postos da Salvamar dão segurança para os banhistas da cidade, algumas praias entre a Pituba até a Barra não estão bem guarnecidas.

Em praias como a da Paciência e Buracão, no Rio Vermelho, para citar alguns exemplos, os banhistas só podem contar com a sorte para não se afogar. Nesta última, uma das mais perigosas de Salvador, os próprios barraqueiros assumiram o papel de salva-vidas e somam histórias de salvamentos, que chegam a ser três por semana. Alguns deles têm até equipamento para fazer o trabalho para o qual não são pagos.

Reinaldo Moreira, frequentador há mais de 30 anos e barraqueiro há cerca de seis na praia de Buracão, afirma que em apenas um período houve salva-vidas no local. “Foi durante um Carnaval de uns sete anos atrás. Acho que para cuidar dos turistas, mas depois disso acabou e somos nós mesmos quem salvamos as pessoas”, conta.

Na bela praia bastante frequentada, principalmente durante os finais de sempre, as ondas são fortes e o mar é fundo, bastando alguns passos dentro da água para tê-la pelo pescoço.

Além disso, existem muitas pedras, e são nas poças que se acumulam nelas que os banhistas, que conhecem a fama da praia, aproveitam para se banhar.

“Tem dia que não tomamos banho. É uma praia bem perigosa. Hoje, que a maré está baixa, entramos no mar, mas normalmente procuramos as poças entre as pedras para nos refrescarmos”, conta Isis Noguti, moradora da Federação, que frequenta a praia com o marido e os filhos.

Referência – Entre os muitos barraqueiros do local, que fazem o papel de salva-vidas, um nome é referência na praia. Hugo da Silva trabalha vendendo bebidas há mais de seis anos, mas frequenta o local há muito mais tempo. Ex-surfista e faixa preta de Jiu-Jitsu, Hugo, tem emprestado seu bom preparo físico para salvar muitas vidas. “Já perdi a conta de quantas pessoas tirei do mar”, disse.

Segundo seus colegas, é seu nome que é lembrado sempre que alguém tem problemas dentro da água. “Sempre me chamam e eu conto com o apoio dos amigos que têm equipamentos como prancha, corda e boias, que facilitam muito os resgates”, conta Hugo.

Entre as pessoas salvas por ele, existe até gente famosa, ou melhor, filho de gente famosa. “Não faz muito tempo, o filho de Carlinhos Brown estava se afogando, me chamaram e eu fiz o salvamento”, conta. O cantor tem uma bela casa de frente para a praia de Buracão.

Publicada: 27/02/2012 03:18| Atualizada: 26/02/2012 21:32

Carlos Vianna Junior REPÓRTER

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