Saúde - Consumo de agrotóxico preocupa especialistas
16/05/2012 09:29
O Grupo de Trabalho de Saúde e Ambiente, da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco), em parceria com outras instituições, lançou, durante o Congresso Mundial de Nutrição, no Rio de Janeiro, um dossiê reunindo diversos estudos sobre o tema.
O documento também será apresentado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), no mês de junho.
O professor Fernando Ferreira Carneiro, um dos responsáveis pelo dossiê, destacou que as pesquisas indicam que o uso dos agrotóxicos ocorre no país de forma descontrolada.

Para Carneiro, “o Brasil reforça o papel de maior consumidor mundial de agrotóxicos e nós, que fazemos pesquisas relacionadas ao tema, vemos que o movimento político é para liberalizar o uso. A ideia desse dossiê é alertar a sociedade sobre os impactos do consumo massivo, sistematizando o que já existe de conhecimento científico acumulado”.
Pignatti adverte que “a poluição ambiental é elevada e as pessoas ficam ainda mais suscetíveis à contaminação porque não são respeitados os limites legais para pulverização dos agrotóxicos, que são de 500 metros no caso de pulverização aérea e de 300 metros para a pulverização terrestre”.
Vanderlei Pignatti lembrou que “diversas pesquisas também indicam aumento na incidência de doenças como má-formação genética, câncer e problemas respiratórios, especialmente em crianças com menos de cinco anos de idade”.
Médica formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), a nutróloga Sandra Gordilho ressalta que os efeitos dos agrotóxicos, em longo prazo, são ainda desconhecidos. “Existem mais de 400 tipo de agrotóxicos e cerca de 15 mil subtipos, não sabemos qual o tipo de agrotóxicos que cada pessoa ingeriu e qual a quantidade usada, de cada substância, nos alimentos”, lembra.
A especialista defende que seja feito um estudo detalhado sobre o volume de agrotóxicos utilizado e os seus efeitos no organismo. “Precisamos ter uma maior segurança sobre os alimentos que consumimos”, diz.
Relação com os problemas de saúde
Não há estudos que comprovem a relação destas substâncias e o maior aparecimento de cânceres, “mas o que percebemos é que estes casos têm aumentado assustadoramente, assim como tem aumentado o consumo de agrotóxicos”, lembra Gordilho.
De acordo com a médica, apesar de não existir nenhuma comprovação, médicos têm relacionado alguns problemas de saúde ao uso de agrotóxicos. “Alteração do sistema de defesa, alteração da flora intestinal, irritação da mucosa intestinal, inflamação do sistema imunológico são alguns dos problemas que podem ter ligação com a ingestão destas substancia químicas”, ressalta.
Nas prateleiras dos supermercados, os alimentos orgânicos estão cada dia em maior quantidade, assim como vem surgindo um maior número de restaurantes especializados neste tipo de alimento, isento de pesticidas.
“Ainda é muito tímido este mercado aqui no Brasil, e a questão é que não existe fiscalização segura e não temos certeza de que estamos de fato consumindo um alimento orgânico”, lembra. A nutricionista Amélia Duarte aposta na suplementação como arma contra os agrotóxicos.
“A vida moderna não permite que a gente possa consumir a quantidade ideal de nutrientes e vitaminas e os alimentos estão cada dia mais contaminados por agrotóxicos, então a ingestão destes nutrientes e vitaminas em forma de cápsulas é uma alternativa para manter a saúde”, ressalta.
“Ainda é muito tímido este mercado aqui no Brasil, e a questão é que não existe fiscalização segura e não temos certeza de que estamos de fato consumindo um alimento orgânico”, lembra. A nutricionista Amélia Duarte aposta na suplementação como arma contra os agrotóxicos.
“A vida moderna não permite que a gente possa consumir a quantidade ideal de nutrientes e vitaminas e os alimentos estão cada dia mais contaminados por agrotóxicos, então a ingestão destes nutrientes e vitaminas em forma de cápsulas é uma alternativa para manter a saúde”, ressalta.
Os 9 alimentos com mais agrotóxicos:
1° lugar Pimentão: 65,36%
2° lugar Morango: 36,05%
3° lugar Uva: 32,67%
4° lugar Cenoura: 30,39%
5° lugar Alface: 19,8%
6° Lugar Tomate: 18,27%
7° lugar Mamão: 17,31%
8° lugar Laranja: 14,85%
9° lugar Abacaxi: 9,47%
Publicada: 16/05/2012 00:19| Atualizada: 15/05/2012 23:17
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